terça-feira, 30 de outubro de 2012

O SACRIFÍCIO DA SANTA MISSA É O MESMO QUE O SACRFÍCIO DA CRUZ"


PRIMEIRA EXCELÊNCIA

A Santa Missa é um sacrifício tão santo, o mais augusto e

excelente de todos, e a fim de formardes uma idéia adequada

de tão grande tesouro, algumas de suas excelências divinas;

pois dize-las todas não é empreendimento a que baste a

fraqueza da minha inteligência.

A principal excelência do santo Sacrifício da Missa

consiste em que se deve considerá-lo como essencialmente o

mesmo oferecido no Calvário sobre a Cruz, com esta única

diferença: que o sacrifício da Cruz foi sangrento e só se

realizou uma vez e que nessa única oblação JESUS CRISTO

satisfez plenamente por todos os pecados do Mundo; enquanto

que o sacrifício do altar é um sacrifício incruento, que se pode

renovar uma infinidade de vezes, e que foi instituído pra nos

aplicar especialmente esta expiação universal que JESUS por

nós cumpriu no Calvário,

Assim o SACRIFÍCIO CRUENTO foi o MEIO de nossa

REDENÇÃO, e O SACRIFÍCIO INCRUENTO nos proporciona

as GRAÇAS da nossa REDENÇÃO.

Um abre-nos os tesouros dos méritos de CRISTO Nosso

Senhor, o outro no-los dá para os utilizarmos.

Notai, portanto que na Missa não se faz apenas uma

representação, uma simples memória da Paixão e Morte do

nosso Salvador; mas num sentido realíssimo, o mesmo que se

realizou outrora no Calvário aqui se realiza novamente: tanto

que se pode dizer, a rigor, que em cada Santa Missa nosso

Redentor morre por nós misticamente, sem morre na realidade,

estando ao mesmo tempo vivo e como imolado: Vidi agunum

stantem tanquan accisum. (Apoc 5, 6)

No santo dia de Natal, a Igreja nos lembra o nascimento

do Salvador, mas não é verdade que Ele nasça, ainda, nesse

dia.

Nos dias da Ascensão e Pentecostes, comemoramos a

subida do Senhor JESUS ao Céu e a vinda do ESPÍRITO

SANTO, sem que, de modo algum nesses dias o Senhor suba

ainda ao Céu, ou o ESPÍRITO SANTO desça visivelmente à

Terra.

A mesma coisa, porém, não se pode dizer do mistério da Santa

Missa, pois aí não é uma simples representação que se faz,

mas, sim, o mesmo sacrifício oferecido sobre a Cruz, com

efusão de sangue, e que se renova de modo incruento: é o

mesmo corpo, o mesmo sangue, o mesmo JESUS, que se

imola hoje na Santa Missa. Opus trae Redemptionis exercetur,

diz a Santa Igreja.

A obra de nossa Redenção aí se exerce: sim, exercetur, aí

se exerce atualmente. Este santo sacrifício realiza, opera o que

foi feito sobre a Cruz. Que obra sublime! Ora, dizei-me

sinceramente se, quando ides à Igreja para assistir a Santa

Missa, pensásseis bem que ides ao Calvário assistir à morte do

Redentor, que diria alguém que vos visse ai chegar numa

atitude tão pouco modesta? Se Maria Madalena fosse ao

Calvário e se prostrasse aos pés da Cruz vestida, perfumada e

ataviada como em seus tempos de desordem, quanto não seria

censurada! E que se dirá de vós que ides à Santa Missa como

se fôsseis a uma festa mundana?

Que aconteceria, sobretudo se profanásseis este ato tão

santo, com gestos, risadas, cochichos, encontros sacrílegos?

Digo que, em qualquer tempo e lugar, a iniqüidade não

tem cabimento; mas os pecados que se cometem na hora da

Santa Missa e na proximidade do altar, são pecados que

atraem a maldição, de DEUS: Maledictus qui facit opus Domini

fraudulenter (Jer 48,10). Meditai seriamente sobre esse

assunto.


LEONARDO DE PORTO-MAURÍCIO
da Ordem dos Frades Menores
AS EXCELÊNCIAS DA SANTA MISSA

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